Eu nunca tinha visto uma chuva tão forte e sombria como aquela que caía naquele fim de tarde de uma sexta feira.
Com o céu escuro e sombrio, com relâmpagos e trovões cada vez mais assustadores e gotas que conforme caiam sobre o chão faziam um barulho amedrontador, decidi então deitar em minha cama com a cabeça sobre o travesseiro enrolada no edredon e abraçada ao ursinho que naquela hora era a minha única companhia, apenas prestando atenção no barulho lá de fora e pensando no cotidiano que a vida tem me proporcionado. Passaram-se minutos pensando na vida decidi então me levantar enrolada no edredon e me sentar na varanda, olhando o desespero das pessoas correndo para se proteger, carros totalmente fechados espirrando água para tudo quanto era lado e molhando o que podia e o que não podia.
Aquela chuva serviu para que eu fixasse os meus olhos no céu e ouvindo a música que tocava no rádio que estava na cabeceira da minha cama com aquela música calma e que fez com que eu começasse a ver um filme em minha frente. Um filme da minha própria vida que vem desde a infância até os dias de hoje, momentos únicos e especiais que marcaram a minha vida, pessoas que naquela época eram especiais que hoje em dia não vemos mais, sentimentos que quando crianças eram bobos e hoje são essenciais e incompreensiveis, palavras que quando criança não fazia ninguém pensar besteira que se hoje falamos o “A” já acham um absurdo, dentre outras coisinhas a mais.
Nossa aí que eu me pergunto – Como um fim de tarde em plena sexta feira, pode me fazer parar o tempo e pensar em toda a minha vida ? – São momentos únicos que não podemos se quer perder a chance de parar e refletir sobre a nossa vida em si, se tudo o que estamos fazendo é certo e se o errado é totalmente errado para nós, se aquelas pessoas ao nosso lado nos querem bem como nós queremos elas e assim vai. Temos que realmente aproveitar a nossa vida e aproveitar o hoje pois, amanhã como dizem a Deus pertecem e não podemos lamentar o que ocorreu ontem.